No escritório do psicanalista
me analisam cinco etês
em sua nave espacial
de grandiosissimo nada.

O etê de bigode toma notas
catedráticas, toma catequese
em notas melodramáticas
e religiosamente
me psicanalisa.

Espécime: humanoide.
Estatura: patética.
Beleza: inexistente.
Inteligência: quase nula.
Poesia: finge grandeza
para descrever uma miséria
e nessa tentativa,
a miséria ganha grandeza de verdade.

Ao colocar a dor psicológica num campo de batalha
ele dá corpo a ela.
E ao dar corpo a ela, ele a torna visível.
E ao torná-la visível, ele a torna suportável
E devolvível ao planetazinho desse só mais um sistema solar
onde é mais um de oito bilhões,
ou seja lá o que essa matemática errada resolve dar.