O Psicanalista
Poesia: finge grandeza para descrever uma miséria.
Poesia: finge grandeza para descrever uma miséria.
Mas há ainda muita guerra lá no front.
Oh, se ao menos fosse uma guerra visível!
E um dia, vou morrer. E essa tragicômica palhaçada morre comigo.
Com meu amor, não aprendi nada.
Às vezes a Lua se deita nos telhados e em seus buracos ressoam ecos da minha infância.
É verão de dois mil e vinte e dois, e nos desencontramos.
Mas, acima de tudo, odeio o ódio porque ele me faz escrever.
Ontem, por descuido, olhei o calendário.
Sou? Não. Fui!
Sou? Não. Fui!
Partilho o pão da vida nessa maldita primavera.
Fui eu tão arrogante de conceber-me em amor Tua imagem
por fim, me perguntei: se tirasses minha vida agora, eu morreria feliz?
Às vezes escrevo sobre borboletas, nem sempre.
Na penumbra, a estrada a frente afunila-me à um horizonte.
Deita comigo, minha amiga, minha amada morte.
eu enlameado de tanto fantasiar e cair e me machucar nas terras limpas da infância.
Garotos e garotas quebram brinquedos, brincam quebrados.
Minha caminhada toda deselegante é marcada pela fina linha que me prende à penosos momentos e pelo abismo cerúleo arrogante que enturva meu futuro tão sangrento.